quinta-feira, 30 de julho de 2009

Coluna Deka May do Jornal Diário do Sul ( quinta-feira 30/07/2009)

Os nossos desafios
“De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro”.

Mensagem
O sorriso é a manifestação dos lábios, quando os olhos encontram o que o coração procura.


Morrer ou viver!?

“Uma senhora, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, disse com toda a convicção: “Até os 100 anos”. O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”. É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm, e que mantenham a vitalidade e o bom-humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. No entanto, cedo ou tarde, envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que, além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro. Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Quem viu o filme “Fatal” deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz se confrontar com a própria finitude. No livro que deu origem ao filme, “O Animal Agonizante”, de Philip Roth, há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece. Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque, se emburrecermos, aí sim não restará mais nada”.

A filha de Lula
Lurian, que é filha de Lula e ocupa a função de secretária municipal no município de São José, tem sido motivo de comentários de colunistas como Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. O prefeito Djalma Berger, que não dá ponto sem nó, deu uma cartada e certamente irá colher bons frutos pela gentileza concedida. Fala-se, inclusive, que Lula já sonha com a possibilidade de ver a filha candidata pelo PT nas próximas eleições. Resta saber como irão se desenrolar os apoios, já que tanto Ideli Salvatti (PT) quanto Dario Berger estão ou serão candidatos ao governo do Estado. Ou quem sabe, como alguns já ventilam, haja uma composição com Dario e Ideli, e Lurian, então, seria deputada ou secretária de Estado. Fazer conjecturas em política é uma coisa muito, muito normal!

Bons modos
“Olá, Deka May, primeiro quero lhe mandar um abraço e também para seu pai e nosso ex-prefeito Paulinho May. Ele e todos os mais experientes sabem que tudo que acontece na vida é um aprendizado. Nas adversidades, às vezes se aprende até mais rápido do que na bonança. Falo isso em relação a essa gripe H1N1. Apesar da iminente epidemia mundial, uma coisa teve de bom nessa história. Voltou-se a falar em bons modos. Parafraseando o Lula, “nunca antes na história desse país” se falou tanto de uma coisa que já deveria ser costume.

Que é lavar as mãos frequentemente, não espirrar na direção das pessoas, usar lenço, enfim, higiene sempre.
Já que higiene e bons modos estão em voga, não custa aproveitar a onda e dizer:
- que não se come de boca aberta;
- dar bom-dia não dói;
- por favor, então, não mata;
- escovar os dentes após as refeições não dá dor de barriga;
- comer de boca aberta não é charmoso;
- debruçar em cima das refeições em restaurante a quilo, respirando em cima da comida e deixando cabelo cair dentro dos pratos não emagrece;
- parar antes da faixa de pedestre, para que o transeunte possa atravessar, não engorda;
- ajudar o colega de trabalho numa tarefa não dá câimbra;
- falar não para filhos não os traumatiza, ao contrário, os educa;
- ser gentil e cavalheiro não é frescura;
- ar-condicionado tem filtro e deve ser limpo ou trocado;
- por incrível que pareça, aparar as unhas não faz mal algum. Grande abraço do leitor Júlio César Carvalho, um jovem ancião”. Tá certo, e a gente, claro, agradece a gentileza recebida.

Livre arbítrio
“O tal do livre arbítrio é um negócio muito sério mesmo. Ao nascer, o homem recebe de Deus o direito de decidir sobre seus caminhos e, para tanto, ganha uma inteligência tida como superior, uma boa dose de sensibilidade. E isso é o livre arbítrio. Se o homem souber usá-lo, ou seja, se acionar racionalmente a sua inteligência, se conseguir captar todas as coisas transcendentes que nos envolvem e se tiver dignidade suficiente para viver uma paixão acima de qualquer temporalidade, será, então, feliz”.

Fonte: http://www.diariodosul.com.br/colunistas/deka.htm