sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Coluna Deka May do Jornal Diário do Sul (sexta-feira, 14/08/2009)

Sessão de horror
Na quarta-feira à noite eram tantas as notícias sobre assassinatos, mortes, assaltos que me vi obrigado a mudar de canal. Em alguns momentos as redes de TV, em busca dos picos de audiência, fazem de nós vítimas da desinformação. Pra que mostrar tanta crueldade? Viram canais “educativos da transgressão”! Coisa impressionante, uma tragédia moderna!!!

Mensagem
“A natureza sempre teve mais poder do que a educação.”

A tal máscara
Nunca fico doente, tenho uma saúde de ferro, tomo todos os cuidados devidos, tenho as informações necessárias sobre como me prevenir contra todas as doenças e, principalmente, neste delicado momento, contra esta tal gripe A. Além disso, tenho total consciência dos meus atos e de minhas responsabilidades. Mas eis, então, o que eu gostaria de esclarecer. Uma foto minha usando máscara cirúrgica durante uma sessão da Câmara de Vereadores foi divulgada pela imprensa. Até aí tudo bem, já que eu tive a iniciativa de fazê-lo apenas como forma de protesto. E que fique claro: usei a tal máscara por não mais que cinco minutos. Ponto! Mas, infelizmente, esta informação acabou sendo desviada e sendo repassada de forma absolutamente equivocada. Por qual motivo? Seriam as forças ocultas? Mas, enfim, vivemos um momento delicadíssimo, e fiz o que fiz apenas porque, diferentemente do que pensa o presidente da Câmara de Vereadores, sou favorável à suspensão por no máximo uma ou duas semanas das sessões, seguindo, claro, as determinações do decreto baixado pelo prefeito municipal, Manoel Bertoncini. Tenho preocupação não só com a minha saúde, mas com a dos outros vereadores, da imprensa, do público que lá estará presente e, principalmente, com a dos inúmeros funcionários que ali estão. Não sou irresponsável, e nem vou sair por aí feito um palhaço usando essa máscara sem que eu dela necessite. Fico nauseado quando vejo que fatos são maldosamente distorcidos, apenas para induzir “leitores e cidadãos de bem” a acreditarem em coisa outra qualquer que não a verdade. É isso...

Direito de ir e vir
“Essa da administração pública de infringir os direitos constitucionais dos brasileiros de “ir e vir” é antiga e está bem próximo da gente, não só nos pedágios das Federais, como também nessa vergonha de “Área Azul”. Se é livre a locomoção no território nacional, e se qualquer pessoa, nos termos da lei, nele pode entrar, permanecer ou dele sair com seus bens, onde está escrito na Constituição Federal que o povo deva pagar por espaço público? O mais vergonhoso disso tudo é que ninguém faz nada para modificar isso. Onde estão nossos “políticos-vereadores”, essas vergonhas públicas de Tubarão, com exceção de um ou dois que ainda tentam fazer alguma coisa, porque o que sobra disso é vergonha, é gente que já fez do cargo político uma profissão, e que está lá há quatro, cinco mandatos, ou seja, vinte anos, sem nada fazer por esse município, e que é incapaz de andar nas ruas e verificar o quão é revoltante para os nossos munícipes pagar por mais essa barbaridade chamada “Área Azul”. Portanto, essa cobrança, assim como os pedágios, também é inconstitucional, porque afronta o interesse público, desautoriza o texto de lei federal e favorece o interesse privado, o que é ainda mais absurdo. Senhores vereadores, façam alguma coisa ou ao menos tentem fazer de verdade alguma coisa por esse povo. Parem de inventar projetos, parem de inchar nossa Câmara de projetos ridículos e trabalhem de verdade e seriamente por nossa cidade. Nossa Câmara não é banheiro! Edgar Fernandes Júnior”.

Ação alternativa
“Gostaria de poder contar com você para nos ajudar a divulgar ideias e, quem sabe, fazer as pessoas pensarem melhor a respeito desse assunto. Nosso setor está sofrendo muito com tudo isso e se não acontecer uma mudança de atitude os prejuízos serão ainda maiores. Não estou me referindo somente ao fato pelo qual os eventos estão sendo cancelados, ou melhor, proibidos, acho que é importante esse tipo de ação, mas contesto o modo como está sendo feito. Os estudantes estão sem aulas, os eventos estão cancelados e os outros serviços que também têm aglomeração de público continuam abertos? Refiro-me ao comércio e aos supermercados. O mais justo não seria parar tudo por um tempo menor e, assim, conter as coisas mais rapidamente? Uma ideia interessante é marcar um dia ou um final de semana e comunicar à população que serão fechados todos os serviços (exceção, é claro, de serviços de saúde) e que a população não deverá circular nas ruas por dois dias (um sábado e um domingo) e que na segunda-feira a cidade poderia voltar ao normal. Deka, isso seria uma ideia e não precisaríamos prejudicar tanto nossa economia local, 30 dias é uma loucura. Do modo que está os reflexos apareceram em todos os setores, todos sabem que muitas famílias contam com esse tipo de trabalho e todos devem ter os direitos iguais. Atenciosamente, Jackson Lemos – proprietário da Hangar Eventos”. Pois é, amigo, sua ideia é plausível, mas é importante salientar que o prefeito tem monitoramento diário para que o mais rápido possível se revoguem estas determinações para que, enfim, nossas vidas voltem logo ao normal.

Indignação!!!!
“Caro Deka May, assim como faço todos os dias, leio a sua coluna e hoje infelizmente fiquei sem palavras com tal “absurdo” que li. Acredito que o sr. Grégori tenha se expressado mal com suas palavras, afinal, trata-se de vidas humanas e ele nos deu a entender que está preocupado única e exclusivamente com os rendimentos financeiros de sua empresa, e não no bem-estar de seus funcionários e de todos que moram em Tubarão. Percebi uma grande ironia em “impressionantes seis casos”. A verdade, sr. Grégori, é que ninguém sabe absolutamente nada do que está acontecendo e acredito também que estas três funcionárias que encaminharam a carta para a coluna anterior estão preocupadas não somente com suas vidas, mas também com a vida de seus familiares. Sr. Grégori, o que essas funcionárias queriam dizer é que não adianta parar as aulas, pois essas crianças têm contato à noite com seus pais, que durante o dia estão trabalhando em contato com várias pessoas que podem, sim, estar contaminadas e que não estão nem aí para toda essa situação, assim como o sr. demonstrou. Eu, por exemplo, sr. Grégori estou há uma semana sem aulas na faculdade, porém, venho trabalhar todos os dias. Só de colegas de trabalho são quase 30 funcionários, fora os clientes que vêm aqui. Estou tomando todos os cuidados necessários, mas será que meus colegas de trabalho também estão? Tenho quatro colegas do mesmo setor que precisam utilizar transporte público para trabalhar, podem se contaminar a qualquer momento e estão ali diariamente comigo. Com a certeza de que o sr. acompanha todos os dias os meios de comunicação, assim como eu, deve estar ciente de que o vírus H1N1 pode levar quatro dias (ou mais) para se manifestar, então não adianta afastar somente um funcionário que já está apresentando sintomas de gripe, pois este já teve quatro dias para contaminar os seus colegas. Caro senhor, podem ter sido “somente” seis mortes (que agora são 10, como pudemos acompanhar na edição de ontem), mas eu queria ver o senhor pensar em lucros se fosse um filho seu que tivesse morrendo. Giseane da Silva - acadêmica do curso de História da Unisul”. E o espaço está cada vez mais aberto...

Fonte: http://www.diariodosul.com.br/colunistas/deka.htm